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Neste ponto pode-se observar o carvalhal que se encontra em redor de Cutelo. É dominado pelo carvalho-alvarinho (Quercus robur) e conta com a presença abundante de azevinho (Ilex aquifolium), espécie protegida em Portugal. No carvalhal é possível observar o corço (Capreolus capreolus), símbolo do Parque Nacional, embora seja difícil de o ver porque é um animal muito tímido. As aves como o açor (Accipiter gentilis), o pica-pau-malhado-grande (Dendrocopos major), o chapim-preto (Parus ater) ou o gaio-comum (Garrulus glandarius) são bem mais fáceis de observar.
Deste local pode-se observar um grande contraste entre o mosaico agroflorestal de Cortinhas e a zona de matos que se encontra a norte. O mosaico agro-florestal apresenta uma paisagem muito mais diversa do que a zona de matos pois além de campos cultivados, também há lameiros para pastagem e produção de feno, carvalhal e até pequenas manchas de matos. Estas áreas costumam ter uma grande biodiversidade pois proporcionam vários habitats diferentes que podem acolher muitas espécies. O lobo (Canis lupus) é um desses exemplos, apesar de não ser exclusivo dos matos. Esta espécie, está classificada como “Em Perigo“ em Portugal, mas no Parque é onde se encontra uma maior densidade de alcateias. Todavia, como é uma espécie principalmente noturna ou crepuscular é muito difícil de a observar. Podemos no entanto constatar a sua presença pelos seus dejetos que se assemelham aos dos cães grandes, embora possuam pelos.
Nesta plataforma, na margem esquerda do Rio da Cruz, à cota de 855 metros, existe uma gravura num afloramento. Trata-se de um cruciforme, cujos contornos se assemelham a uma cruz latina, que é o único motivo gravado. De datação desconhecida, poderá servir um propósito funcional, de divisão do espaço, talvez administrativo ou de pastoreio. Poderá ser uma forma de sacralização do lugar, ou porque este já era um espaço simbólico e foi alvo de cristianização em períodos históricos, ou porque algum evento marcante, contemporâneo da gravura, levou à sua realização. Neste local pode-se observar para norte a morfologia granítica sintectónica que geralmente apresenta relevos mais suaves do que a morfologia granítica pós-tectónica da Serra do Gerês. Dois dos relevos mais facilmente observáveis a sul, na serra do Gerês, são o Tonel e o Cabeço da Calcedónia.
Na área da Chã do Salgueiral identificam-se diversos abrigos de montanha, construídos em granito, cuja origem e função exatas continuam ainda hoje envoltos em mistério. Poderia ser uma antiga branda da população de Vilarinho, semelhante a muitas outras dispersas pela Serra Amarela. Mas, e sobretudo pela sua localização, estas estruturas poderiam ser, como defendem autores como Rosa Fernanda Moreira da Silva, parte de um sistema defensivo desta zona de portela, que seria complementado pela existência de uma trincheira, vestígio que também se parece identificar nesta zona e que, em conjunto com outras estruturas, faria a defesa da Portela da Serra Amarela.
A construção da Barragem de Vilarinho iniciou-se em 1968 e prolongou-se por quatro anos. No ano de 1972 a barragem e o circuito hidráulico ganharam a sua forma definitiva. Esta barragem localiza-se no Rio Homem, um afluente da margem direita do Rio Cávado, 600 metros a montante da confluência do Rio Homem com a Ribeira de Gemesura. É do tipo abóbada assimétrica de dupla curvatura, com noventa e quatro metros de altura. O coroamento, a uma cota de 570 metros, é transitável e desenvolve-se por cerca de 400 metros de extensão. Em 1971 o muro da barragem já estava concluído e a albufeira começou a crescer, submergindo a aldeia de Vilarinho da Furna. No total foi submersa uma área de 344 ha de albufeira, numa bacia hidrográfica de 77 km2, com a bacia principal do Rio Homem e as bacias secundárias do Rio Brufe, Ribeiro de Gemessura, Ribeiro do Campo do Gerês e Ribeiro de Freitas.
Muito perto deste ponto encontra-se o Centro Interpretativo de Vilarinho da Furna (localizado junto à estrada, na margem esquerda da albufeira, a poucos metros do paredão da barragem). Visite-o e conheça um pouco mais sobre a história desta aldeia submersa pelas águas da barragem.
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